Resenha – Tocando a distância: Ian Curtis e Joy Division

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O mito por trás de uma das bandas mais enigmáticas do Rock é enorme, e só foi propagado desde a sua criação e popularização. E por trás do Joy Division sempre esteve Ian Curtis, a alma que encarnava suas canções no palco e fora dele. Sua presença sem dúvida é uma das mais notáveis no cenários do final da década de 70.

Depois de mais de 30 anos, Déborah Curtis traz à tona todos os segredos, luz e sombra da alma de Ian Curtis, contando detalhes da sua vida pessoal, início da carreira musical, seu calvário pessoal da epilepsia, sucessos, desilusões até culminar no seu suicídio,  aos 23 anos pondo um ponto final na história do Joy Division, que seguiu sem ele tornando-se o New Order.

Como eu já falei em outros posts, eu sou fascinada pela banda, e me fascinava ainda mais a figura daquele homem solitário, de olhos tão melancólicos e hipnoticamente azuis no palco se balançando estranhamente ao som de verdadeiras elegias à tristeza. O som do Joy Division é único, é uma marca, e Ian foi responsável por isso, fez história e partiu.

O livro já tinha sido lançado por Deborah a algum tempo, mas só agora a biografia de Ian Curtis foi traduzida para o português e publicada. Existem duas versões da publicação, uma é em capa dura, somente com a foto e nenhum título, e outra em brochura. Optei pela versão em brochura porque gosto mais de manuseá-la assim, mas ambas possuem o mesmo conteúdo.

Déborah realmente não esconde nada da sua conturbada vida junto com Ian, e o que era pra ser um mergulho profundo em sua vida por vezes costuma contar mais detalhes da vida dela mesma, vejo isso como uma característica de que ela não conseguia dissociar a própria vida da dele, os dois por mais diferentes e opostos acabaram partilhando de uma mesma vivência. Isso pode deixar a leitura um pouco maçante, mas não resta no mundo quem possa detalhar mais o que era Ian Curtis.

Pra mim foi chocante descobrir que Ian não somente era aquele triste poeta sedutor, sensível e que compreendia mais a tristeza do que ninguém, mas a revelação de um homem bastante egocêntrico, machista, ciumento e autodestrutivo. Aqui separar a vida individual do artista com sua obra é crucial.

O livro é um verdadeiro guia sobre os primeiros raios de inspiração da banda até o seu fim. Ele apresenta todas as letras de música escritas por Ian, composições inéditas, datas de show, escritos abandonados e fotografias. Um item essencial para quem é fã da banda.

 

 

4 comentários em “Resenha – Tocando a distância: Ian Curtis e Joy Division

    1. Nossa! Muito obrigada por ler a resenha. Eu recomendo bastante Joy division. Pra conhecer a banda ainda melhor, recomendo o filme Control- a história de Ian Curtis. Comece pelo primeiro álbum, o Unknown Pleasures, espero que você goste 🙂

  1. A tradução do título deixou a desejar e o prefácio do Kid Vinil é um festival de lorotas (o tal do show que ele diz ter visto no The Venue me fez rolar de rir… a banda nunca tocou lá – porque o lugar nunca existiu – e na data que ele alega ter visto o show o Joy estava em tour na Europa Central, já apresentando material que eles gravariam em Closer – e ele disse que o show era baseado em Unknown Pleasures). A mentirada dele é contradita pela própria gigography no final do livro. Recomendo, e até acho melhor do que o livro da Debbie, o livro do Peter Hook, Unknown Pleasures: Inside Joy Division (só em inglês).

    1. Enfim, não prestei muito atenção nessa história da carochinha do Kid Vinil! kkkkk achei realmente bem WTF. Procurei muuuito esse do Peter Hook mas não achei 😡 agora você me deixou mais curiosa, moço!

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